Psicose

05/01/2013 14:04

A principal característica dos quadros psicóticos é a perda de contato com a realidade.

Os momentos de crise normalmente são caracterizados pela presença de alucinações e delírios. Dependendo da evolução do caso e graças aos avanços psicoterápicos e farmacológicos, é possível que a maioria das pessoas que apresentam quadros psicóticos tenham uma vida produtiva, afetiva e social satisfatória.

A psicose pode atingir cinco a cada cem pessoas em algum momento da vida.

Alucinações:  percepção real (de acordo com quem está alucinando)de algo que não existe. Pode manifestar-se  por meio dos cinco sentidos, embora as alucinações auditivas e visuais sejam as mais comuns.

Alucinação Visual

Delírios: conhecido como transtorno do "juízo" por tratar-se de uma crença real, inabalável e inquestionável a respeito de algo que não corresponde a realidade. Pode assumir algumas formas: delírio persecutório, de grandeza, ciúmes patológico, amoroso ou somatoforme.

 

Delírio dismórfico

(preocupação excessiva e distorção da autopercepção corporal)

 

Quais são os tipos de Transtornos Psicóticos?

O pensamento desorganizado, delírios e alucinações são características comuns a maioria dos quadros de psicose.

  • Esquizofrenia: distorções na percepção; pensamentos e afetos inadequados;
  • Transtorno Esquizo-Afetivo: episódios de mania, depressão e esquizofrenia;
  • Transtorno Psicótico Breve: reação aguda a eventos estressores;
  • Transtorno Afetivo Bipolar: episódios de depressão e mania;
  • Transtorno Delirante: alterações na interpretação da realidade; pode ocorrer sozinho ou em outros quadros;
  • Transtorno Psicótico induzido por substâncias: alterações na percepção, julgamento, induzido por drogas como anfetaminas, álcool, maconha, ácido etc.   

Causas:

Predisposição genética: importante lembrar que a predisposição não é determinante no desenvolvimento da patologia, já que vivências saudáveis podem bloquear e até modificar informações genéticas;

Falhas na maternagem: falhas importantes e ou repetidas durante os primeiros meses de vida. Nesta fase o bebê ainda não conta com uma organização psíquica, o cérebro é muito plástico e ainda não possui defesas organizadas (negação, sublimação, mania) para se proteger das intensidades internas e externas.

As descontinuidades no cuidado do bebê, rupturas, separações ou inadequações no manejo de suas necessidades podem criar marcas psíquicas e registros corporais que assumem a forma de uma angústia impensável. Esses registros serão a base de uma personalidade cindida, fragmentada, desconectada.

 

Psicoterapia Individual psicodinâmica

As psicoterapias breve e farmacológica não se mostraram suficientes no sucesso do tratamento desta patologia, já que o perfil psicológico peculiar que caracteriza indivíduos com psicose é um dos principais desencadeadores do quadro e deve ser cuidadosamente trabalhado.

O prossional deve dedicar-se, fundamentalmente, ao estabelecimento de um vínculo consistente com o paciente, já que a relação afetiva pode ser uma das chaves para o reestabelecimento de sua saúde.

Faz-se necessária uma investigação dos núcleos conflituosos daquela pessoa (rejeição, abandono..), além do estabelecimento de uma relação suficientemente boa. Dessa forma, passa a ser possível a reconstrução da afetividade perturbada em melhores condições das que ocorreram durante os traumas.

 

Psicoterapia de Grupo

Devido a dificuldade em suportar altos níveis de tensão interna, um dos mecanismos de defesa possíveis dessas pessoas é a inibição ou embotamento do afeto e a queda na qualidade das relações interpessoais. A presença de um profissional mediador desta ansiedade que o contato pode causar é fundamental para que as dificuldades sejam trabalhadas e novas possibilidades de contato sejam criadas.

 

Psicoterapia Familiar

As pessoas com quadros psicóticos são parte ativa e integrante de um sistema familiar que é diretamente afetado por essa dinâmica e vice versa. De acordo com essa perspectiva, a doença de um se torna uma doença de todos, já que a maioria das patologias nasce de conflitos afetivos com pessoas extremamente significativas.

Essa mesma família que carrega uma herança genética e, principalmente, histórico transgeracional de traumas e dificuldades que são passadas de membro para membro, sem que se tenha consciência, é a mesma que tem o poder de rever e resignificar esses mitos.

A psicoterapia sistêmica também atua na reconfiguração de papéis e padrões que colaboram para a criação e manutenção de uma dinâmica patológica.